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A moda brasileira também é produto da miscigenação ocorrida no período colonial. Com a vinda de africanos e europeus, que se juntaram aos indígenas nativos, foi construída a “identidade” da moda nacional. Mas não podemos esquecer que Portugal foi, por muito tempo, quem ditava as regras sobre o que deveria ou não se vestir no Brasil.
Naquela época, por exemplo, as mulheres se vestiam com vestidos pesados e de veludo, com um estilo que seguia a corte inglesa, que era a grande potência mundial. O cenário foi mudando ao longo do tempo e a moda também, que passou a contar com referências culturais mais presentes, no entanto, sempre carregando a influência externa para si.
Ao longo do tempo, surgem debates sobre a ausência de identidade nacional na moda e como os brasileiros costumam valorizar muito mais as tendências estrangeiras às nacionais. Dessa forma, percebe-se que as próprias marcas brasileiras também acabam se apropriando de identidades internacionais para darem vida aos seus estilos, com a finalidade de atender os desejos dos consumidores, que são altamente influenciados pelo mercado internacional.
Podemos usar como exemplo o último Baile da Vogue que teve como tema “Brasilidades Fantásticas”, mas muito falou-se sobre a ausência da cultura brasileira em si, quando muitas personalidades vestiram peças de grifes internacionais e que nada refletiam a identidade do nosso país. Mas não deixemos de lado aqueles que fizeram jus ao tema e usaram peças incríveis de designers brasileiros que traduziam tudo aquilo que a brasilidade representa.
Também podemos citar a forte influência de conteúdos criados nas redes sociais, como o fashion tiktok, que são aqueles vídeos feitos por influenciadores falando sobre peças de roupas, bolsas e sapatos. Inclusive, existe um quadro que eles fazem o unboxing, que consiste em mostrar as peças que adquiriram ou ganharam de determinada marca, em grande maioria de grifes estrangeiras.
Muitos desses conteúdos acabam por gerar forte influência no consumo pelos produtos que são mostrados, uma vez que o consumidor se sente atraído a ter também. Afinal, quem nunca viu em alguma rede social alguma peça e aquilo não virou seu objeto de desejo? Isso é completamente normal!
O que nós queremos debater aqui não é o consumo dos produtos importados, mas sim porque os produtos nacionais seguem tanto as tendências externas, sendo que o Brasil possui uma cultura vasta e com tantas faces e formas, podendo ser exploradas de diversas maneiras. Vocês acreditam que as identidades tipicamente brasileiras são pouco atrativas para as marcas nacionais?
Nós sabemos bem que não, pois temos pessoas talentosíssimas que criam peças incríveis e que refletem a cultura nacional. O que esses produtos precisam, é ter mais aceitação por parte do público. A moda nacional precisa de mais visibilidade. É importante que as pessoas apostem mais no trabalho dos estilistas e designers brasileiros, consumam mais esses produtos que são criados a partir da identidade e cultura brasileira, bem como essas marcas também façam suas criações a partir da representação nacional e que elas possuam narrativas dos locais as quais eles pertencem.
Moda na Mandacarú
Aqui, na Mandacarú, nós traduzimos a essência da cultura nacional em nossos produtos, pegamos referências regionais, histórias da cultura brasileira e, a partir disso, criamos as peças que fazem parte das coleções e estampam a história brasileira.
Cada produto criado na marca conta uma história diferente. Essa coleção nova, inclusive, está cheia de personalidade e referências. A Moema é inspirada na história literária de Caramuru, a Buggy Bag é inspirada na estátua da justiça que fica em frente ao Supremo Tribunal Federal e a Boitatá, como o nome bem diz, é a importante figura folclórica que representa proteção à natureza. Tudo dentro do contexto histórico brasileiro.
